sábado, 8 de setembro de 2007

HISTÓRIA DA ESCOLA MUNICIPAL FERREIRA ITAJUBÁ

1. A Escola e sua origem

A Escola Municipal Ferreira Itajubá conta em sua história 45 anos de vida construindo saberes e teve sua origem ainda no governo de Djalma Maranhão quando estabeleceu a Campanha “De Pé no Chão Também se Aprende a Ler”.
Toda conquista é fruto de uma grande luta provocada por uma necessidade maior. Estamos falando dessa Campanha “De Pé no Chão Também se Aprende a Ler”. Quando uma denúncia mostrou que a população havia crescido quatro vezes mais e que a educação primária passara por um verdadeiro colapso.
O índice de analfabetismo, de acordo com o censo da época revelara a existência de 35.810 crianças e 24.444 adultos analfabetos.
Foi aí que o Prefeito Djalma Maranhão em 1961 percebeu o apelo da expressão e adotou-a para a Campanha Municipal de Erradicação do Analfabetismo: “Ter os pés no chão significava conhecer a realidade e a dimensão do seu desafio”.
O período de 1961 a 1964 foi vivido sob um clima emocional muito grande quando a campanha procurou ganhar a cidade, mobilizando a opinião pública a partir das Rocas, um dos primeiros bairros da cidade do Natal. O Prefeito Djalma Maranhão ainda grifava mais a assertiva quando em diversas oportunidades dizia que: “A inteligência está no cérebro e não nos pés...”.


Figura 1: De pé no chão também se aprende a ler.....


Em 1961 construíram-se dois Acampamentos: nos bairros de Rocas e de Carrasco. Em 1962 o numero cresceu para nove, distribuídos em vários outros bairros inclusive nas Quintas onde fica localizada a então E. M. Ferreira Itajubá na época um desses Galpões-Acampamentos.



Figura 2: Galpões cobertos com palhas e chão batido - Acampamento Escolar.











A Campanha teve oito fases, a segunda fase é a escola coberta com palha de coqueiro e de chão de barro batido, identificada como a do Acampamento Escolar sem exigência de farda nem calçados.

Figura 3: Galpões divididos em forma retangular - Acampamento Escolar.


Os galpões destinados às salas de aulas em forma retangular eram divididos internamente em quatro partes através de pranchas, utilizadas como quadro-de-giz e quadro mural. Essas pranchas não atingiam o teto nem o solo, nem fechava lateralmente a classe. Não existia parede externa, também não se colocavam problemas de acústica e a visão espacial do recinto escola/meio ambiente do Acampamento era total.



Um Acampamento Escolar era integrado a vários galpões de 30mx8m. Nesse conjunto havia sempre um galpão circular destinado às festividades do bairro, às reuniões do círculo de pais e professores, à recreação infantil e funcionava como uma espécie de teatro de arena para exibições de autos folclóricos. Também havia hortas, aviários e parque de recreação com seus horários regulados liturgicamente através de um sino de bronze e ecologicamente harmonizado com os largos espaços abertos da pequena cidade e com a pobreza de seus moradores a quem servia.

De Pé no Chão também se Aprende uma Profissão foi à sexta fase da Campanha onde a evolução da educação acadêmica passa da educação para o trabalho. Com a vitória da primeira campanha assegurada, inicia-se essa nova campanha com oito cursos, quando ao final de um ano os primeiros 148 certificados foram entregues correspondentes aos cursos de corte e costura, enfermagem de urgência, sapataria, marcenaria, barbearia, datilografia, artesanato e encadernação.



Figuras: 4, 5, 6: De pé no chão também se aprende uma profissão. Na busca de qualificação para o trabalho quem sabe fazer alguma coisa ensino aos outros.


Ao longo do tempo novos cursos foram se incorporando aos já em andamento, alfaiataria, telegrafia, elementos de eletricidade, bordado a mão, taquigrafia, bordado a máquina, cerâmica, distribuídos nos diversos Acampamentos.


A Campanha de Pé no Chão também se Aprende a Ler usava a merenda, a horta, o aviário e a recreação como fatores de neutralização da evasão escolar, tendo em vista que alimentação e recreação faziam parte de seu currículo. Eles consumiam o que produziam e eram estimulados a ter cuidados com as hortaliças e as aves. Dessa forma despertava no educando a produtividade, demonstrando que as comunidades precisavam se organizar na luta contra o pauperismo e a alienação da realidade.

Figuras 7, 8 e 9:
Uma escola alegre, sem repressão, e merenda escolar: dois fatores de combate à evasão. Fonte: GÓES de Moacyr. De Pé no Chão Também Se Aprende a Ler (1961 – 1964)-
Uma Escola Democrática. Educação e transformação





































































































































































































































































































































































































































Um comentário:

Anônimo disse...

Excelente resgate histórico!
Algo a acrescentar: uma fotogarfia de nossa escola nesssa época.