quinta-feira, 27 de setembro de 2007

terça-feira, 25 de setembro de 2007

A Escola que temos hoje

Desde mil novecentos e sessenta e dois ela vem construindo saberes e teve sua origem no governo de Djalma Maranhão (1961-1964) quando estabeleceu a Campanha “De Pé no Chão Também se Aprende a Ler”.

Neste período inicial esta instituição atendia pela nomenclatura de Acampamento das Quintas, com a finalidade de atender a população dos menos favorecidos considerando que não eram exigidos uniformes e especialmente calçados, os alunos podiam freqüentar a escola com os pés descalços. Esta instituição (Acampamento das Quintas) foi oficializada escola em 22 de agosto de 1966, na mesma localidade, onde permanece situada a Rua dos Pegas s/n°, Quintas, bairro popular da zona oeste, Natal/RN, tendo como patrono o poeta potiguar Manuel Virgílio Ferreira Itajubá.

Sua estrutura física foi recentemente reformada com adaptações para melhor acolher os alunos com necessidades especiais tornando-se acolhedora. Disponibiliza para a comunidade escolar onze salas de aula, uma biblioteca e sala de multimeios, laboratório de informática, uma oficina de arte. Oferece duas áreas de lazer que servem para recreação, reuniões e comemorações de datas festivas. Ainda dispõe de sala de direção, secretaria, cozinha, depósitos, uma quadra para prática de esportes e educação física dos alunos, uma escolinha de música, uma sala e um parque destinados à Educação Infantil.
Obedece ao regime de eleição para Diretor e Vice-Diretor, tem Conselho de Escola, Unidade Executora ou Caixa Escolar e Conselho de Classe.
Atende, hoje, os seguintes segmentos: Educação Infantil, Ensino Fundamental (anos iniciais-1º ao 5º anos), Ensino Fundamental (anos finais-6º ao 9º anos) e à Educação de Jovens e Adultos (EJA). A modalidade de ensino de Educação de Jovens e Adultos funciona desde o ano 2000, no turno noturno.
Na parte pedagógica, a escola desenvolve o trabalho com projetos, seguindo a orientação de sala ambiente, os quais visam à formação plena do educando tornando a aprendizagem mais significativa através da interação com o real. Desse modo possibilita aos alunos diversas formas de associações que os auxiliarão na construção do conhecimento.
Para a sua viabilização, a escola conquistou um horário diferenciado possibilitando que os professores se reúnam por área de conhecimento a cada quinze dias pautado nas Diretrizes para as Escolas Municipais quando assegura ao professor o direito a sua formação continuada, conforme artigo 24 inciso I da LDB Lei nº 9394/96. Nesses encontros, com o acompanhamento da equipe pedagógica, é discutido e avaliado o projeto, socializando as experiências, planejando o trabalho da semana seguinte e, principalmente se auto-avaliando.
A avaliação considera os conhecimentos prévios dos alunos e ocorre de forma constante e continua durante o processo, auxiliando o professor no sentido de ser um instrumento de acompanhamento da aprendizagem. Esta é determinada pelo grau de participação dos educandos nas pesquisas e produções, pois o processo de aprendizagem dos conteúdos disciplinares caminha junto com o seu envolvimento.

Os conteúdos são vistos de forma lúdica, os alunos participam das aulas opinando, relacionando experiências de vida aos conteúdos sistematizados, produzindo assim novos conhecimentos. Deste modo, a escola acredita estar contribuindo para uma formação global do individuo, com o intuito de torná-lo um ser critico, reflexivo e participativo.
A escola utiliza as tecnologias tradicionais: giz; lousa; livros didáticos e especifico da EJA; dicionários de língua inglesa e portuguesa; para-didáticos; literatura; revistas e jogos educativos, bem como os trabalhos produzidos pelos professores: mural, cartazes, listas de exercícios, atividades avaliativas individuais ou em grupos.
Conta como complemento as mídias e as novas tecnologias: vídeos VHS, DVD, TV, Retro-projetor, rádio-gravador com VHS e CD, microfone com caixas amplificadas, Câmera digital, Copiadora, telefone, computares com driver CDR, CDRW e disquete, impressoras, Scanner e Software educacionais.
Desenvolve também um projeto de música com alunos e ex-alunos que formam uma Banda Marcial com 100 componentes. A escolinha de música oferece aulas teóricas e práticas para os componentes que já estão se preparando para formar uma Banda de Música sob a coordenação de Maria José ex-diretora da escola que leva esse projeto com muita dedicação. Essa escola é a única que tem uma Banda Marcial e a mesma participa de todos os eventos municipais, conta com o apoio logístico da Prefeitura Municipal do Natal/ Secretaria Municipal de Educação.


A beleza desse projeto está em manter esses jovens e adolescentes longe de um mundo violento levando-os para o mundo da música. Como incentivo os alunos acima de 15 anos passam a receber uma bolsa como ajuda de custo. Daí a se comprovar a beleza do projeto ter nascido da idéia de um ex-aluno o qual é o seu maestro.
O uso do laboratório está organizado com a orientação de atender ao pedagógico da escola, predominando a informática educativa, entretanto há uma diversidade de uso por turno. No matutino em se tratando de crianças o atendimento pedagógico é diferenciado, enquanto o professor do horário está em planejamento às crianças se revezam em aulas de informática, artes, recreação e sala de leitura. No vespertino o atendimento é desenvolvido em dois tipos: aula de operador de micro (digitação) e reconhecimento de sua instrumentalização e como suporte pedagógico às disciplinas do currículo. No noturno além do atendimento às disciplinas curriculares como suporte pedagógico também oferece uma aula de informática por turma.

sábado, 8 de setembro de 2007

HISTÓRIA DA ESCOLA MUNICIPAL FERREIRA ITAJUBÁ

1. A Escola e sua origem

A Escola Municipal Ferreira Itajubá conta em sua história 45 anos de vida construindo saberes e teve sua origem ainda no governo de Djalma Maranhão quando estabeleceu a Campanha “De Pé no Chão Também se Aprende a Ler”.
Toda conquista é fruto de uma grande luta provocada por uma necessidade maior. Estamos falando dessa Campanha “De Pé no Chão Também se Aprende a Ler”. Quando uma denúncia mostrou que a população havia crescido quatro vezes mais e que a educação primária passara por um verdadeiro colapso.
O índice de analfabetismo, de acordo com o censo da época revelara a existência de 35.810 crianças e 24.444 adultos analfabetos.
Foi aí que o Prefeito Djalma Maranhão em 1961 percebeu o apelo da expressão e adotou-a para a Campanha Municipal de Erradicação do Analfabetismo: “Ter os pés no chão significava conhecer a realidade e a dimensão do seu desafio”.
O período de 1961 a 1964 foi vivido sob um clima emocional muito grande quando a campanha procurou ganhar a cidade, mobilizando a opinião pública a partir das Rocas, um dos primeiros bairros da cidade do Natal. O Prefeito Djalma Maranhão ainda grifava mais a assertiva quando em diversas oportunidades dizia que: “A inteligência está no cérebro e não nos pés...”.


Figura 1: De pé no chão também se aprende a ler.....


Em 1961 construíram-se dois Acampamentos: nos bairros de Rocas e de Carrasco. Em 1962 o numero cresceu para nove, distribuídos em vários outros bairros inclusive nas Quintas onde fica localizada a então E. M. Ferreira Itajubá na época um desses Galpões-Acampamentos.



Figura 2: Galpões cobertos com palhas e chão batido - Acampamento Escolar.











A Campanha teve oito fases, a segunda fase é a escola coberta com palha de coqueiro e de chão de barro batido, identificada como a do Acampamento Escolar sem exigência de farda nem calçados.

Figura 3: Galpões divididos em forma retangular - Acampamento Escolar.


Os galpões destinados às salas de aulas em forma retangular eram divididos internamente em quatro partes através de pranchas, utilizadas como quadro-de-giz e quadro mural. Essas pranchas não atingiam o teto nem o solo, nem fechava lateralmente a classe. Não existia parede externa, também não se colocavam problemas de acústica e a visão espacial do recinto escola/meio ambiente do Acampamento era total.



Um Acampamento Escolar era integrado a vários galpões de 30mx8m. Nesse conjunto havia sempre um galpão circular destinado às festividades do bairro, às reuniões do círculo de pais e professores, à recreação infantil e funcionava como uma espécie de teatro de arena para exibições de autos folclóricos. Também havia hortas, aviários e parque de recreação com seus horários regulados liturgicamente através de um sino de bronze e ecologicamente harmonizado com os largos espaços abertos da pequena cidade e com a pobreza de seus moradores a quem servia.

De Pé no Chão também se Aprende uma Profissão foi à sexta fase da Campanha onde a evolução da educação acadêmica passa da educação para o trabalho. Com a vitória da primeira campanha assegurada, inicia-se essa nova campanha com oito cursos, quando ao final de um ano os primeiros 148 certificados foram entregues correspondentes aos cursos de corte e costura, enfermagem de urgência, sapataria, marcenaria, barbearia, datilografia, artesanato e encadernação.



Figuras: 4, 5, 6: De pé no chão também se aprende uma profissão. Na busca de qualificação para o trabalho quem sabe fazer alguma coisa ensino aos outros.


Ao longo do tempo novos cursos foram se incorporando aos já em andamento, alfaiataria, telegrafia, elementos de eletricidade, bordado a mão, taquigrafia, bordado a máquina, cerâmica, distribuídos nos diversos Acampamentos.


A Campanha de Pé no Chão também se Aprende a Ler usava a merenda, a horta, o aviário e a recreação como fatores de neutralização da evasão escolar, tendo em vista que alimentação e recreação faziam parte de seu currículo. Eles consumiam o que produziam e eram estimulados a ter cuidados com as hortaliças e as aves. Dessa forma despertava no educando a produtividade, demonstrando que as comunidades precisavam se organizar na luta contra o pauperismo e a alienação da realidade.

Figuras 7, 8 e 9:
Uma escola alegre, sem repressão, e merenda escolar: dois fatores de combate à evasão. Fonte: GÓES de Moacyr. De Pé no Chão Também Se Aprende a Ler (1961 – 1964)-
Uma Escola Democrática. Educação e transformação





































































































































































































































































































































































































































sexta-feira, 31 de agosto de 2007